13 julho 2007

Porque hoje...

" (...)Tás a ver a linha do horizonte?

A levitar, a evitar que o céu se desmonte

Foi seguindo essa linha que notei que o mar

Na verdade é uma ponte.

Atravessei-a e fui a outros litorais

E no começo eu reparei nas diferenças

Mas com o tempo eu percebi

E cada vez percebo mais

Como as vidas são iguais

Muito mais do que se pensa.

Mudam as caras,

Mas todas podem ter as mesmas expressões

Mudam as línguas mas todas têm

Suas palavras carinhosas e os seus calões

As orações e os deuses também variam

Mas o alívio que eles trazem vem do mesmo lugar

Mudam os olhos e tudo que eles olham

Mas quando me olham todos olham com o mesmo olhar

Seja onde for uma lágrima de dor

Tem apenas um sabor e uma única aparência

A palavra saudade só existe em português

Mas nunca faltam nomes se o assunto é ausência

A solidão apavora mas a nova amizade encoraja

E é por isso que agente viaja

Procurando um reencontro uma descoberta

Que compense a nossa mas recente despedida

Nosso peito muitas às vezes aperta

Nossa rota é incertaMas o que não incerto na vida?



Nossa vida é feita

De pequenos nadas



A vida é feita de pequenos nadas

Que agente saboreia, mas não dá valor

Um pensamento, uma palavra, uma risada

Uma noite enluarada ou um sol a se pôr

Um bom dia, um boa tarde, um por favorS

impatia é quase amor

Uma luz acendendo, uma barriga crescendo

Uma criança nascendo, obrigado senhor

Seja lá quem for o senhor

Seja lá quem for a senhora

A quem quiser me ouvir e a mim mesmo

Preciso dizer tudo que eu estou dizendo agora

Preciso acreditar na comunicação

Não há melhor antídoto pra solidão

E é por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto

Se o que sinto fica só no meu peito

Por mais que eu seja egoísta

Aprendi a dividir minhas derrotas e minhas conquistas

Nada disso me pertence

É tudo temporário no tapete voador do calendário

Já que temos forças pra somar e dividir

Enquanto estivermos aqui

Se me ouvires cantando, canta comigo

Se me vires chorando, sorri!!"

Porque hoje foi um dia diferente. Porque foi um ano diferente. E porque, inevitavelmente, ao fim de um ano as coisas mudam. Há chegadas... velhos amigos que fazem despertar velhos hábitos, e que relembram o porquê de sentirmos tantas saudades. E há partidas... muitas! A minha própria partida afigura-se cada vez mais perto... mais real.
Há sobretudo mudanças. E a mudança é uma coisa boa, apesar do medo andar sempre de mãos dadas com ela.
Acima de tudo, porque é nestas alturas que os laços que unem as pessoas se tornam mais fortes. Tão fortes que quase podemos vê-los a olho nu... senti-los... toca-los. E é por estes laços que TUDO vale a pena!

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